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domingo, 25 de novembro de 2012

Meu amigo


'É pena que você não sabe não'
Mas ficar sem você às vezes dói
E olha eu que pensei que era só o amor que acabava

Só que não, amizade também.

E foi aí que entendi o valor de um 'caro amigo'
Com o tal do tempo a gente vai revendo os amigos
Nas visitas e nos conceitos


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

de tudo o que perdemos



Eu tenho que parar de iniciar frases na condicional, deixar de aprisionar minhas ideias em algo de um tempo nunca vivido. Parar de imaginar bobagens, de dormir com a porta fechada como se alguém pudesse entrar no meio da noite para assombrar qualquer sonho bom. Parar de pensar no que seria da vida e encarar que só há uma coisa a fazer todos os dias, inclusive nos mais difíceis. 

Viver com uma certeza assim talvez fosse muito mais fácil do que pra alguém que ouviu a vida inteira que a única certeza de fato é a morte. Sair sem medo de pisar em algum deixado no caminho, apanhar, reconhecer valor... 



Sobreviver.

Foto: Reprodução (500) Days of Summer.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

pra resolver a vida

E se eu te disser que tô com duas passagens compradas pro próximo voo praquele país que a gente sempre sonhou? Você pensaria que é covardia arrumar uma viagem para solucionar os nossos problemas com as contas de casa, com o emprego, com os cursos de idiomas e com todas as amizades incompreendidas? Ou será que me daria a mão, mesmo gelada e trêmula de medo, e convenceria a agente de bordo a te colocar do meu lado no avião? Às vezes eu acho que fugir já é mudar, causar alguma transformação no mundo, mesmo que seja apenas no nosso. 

Quantas foram as vezes que batemos o pé no ônibus e levantamos o tom com algum vendedor folgado que pensava estar fazendo um favor em nos atender? Quantas foram as injustiças que ouvimos com vontade de apontar o dedo na cara de alguém? Não dá mais pra bancar a ranzinza, reclamar de tudo e tentar educar cada ser nos rodeia. E, olha, sinceramente já nem acho que isso é pedantismo. Afinal, você sabe que criamos uma fórmula infalível e completamente impraticável para mudar o mundo. 

Ok. Tudo bem, tá certo. A gente pode só entrar no avião começar a vida da extensão dos nossos sorrisos. Sairíamos de mãos dadas e nos beijaríamos quando desse vontade. Seria o nosso mundo - com novos, problemas é verdade, mas o desafio já valeria por ter você ao meu lado.

E se eu te disser que não garanto o emprego dos seus sonhos e nem mesmo a melhor casa do mundo? Você pensaria que é muita tolice minha pensar que você arrumaria uma nova vida assim, sem garantias? Ou será que me daria um beijo e diria que ao meu lado qualquer emprego valeria, desde que ao final do expediente a gente pudesse deitar no mesmo sofá pra assistir qualquer coisa na TV?

Às vezes eu acho que eu toparia ter o gato ou o cachorro que você quisesse, já que o sorriso no seu rosto é melhor do que qualquer sossego de uma casa quieta. Quantas foram as vezes que planejamos tomar chazinho de mãos dadas, passar dias e dias de uma viagem só no quarto de hotel ou ainda fazer coberturas exóticas no próprio corpo?

Não dá mais pra bancar a apaixonada contida, desejar sua presença baixinho e tentar disfarçar o sorriso que se abre em mim quando você se aproxima. 
E, olha, sinceramente nem acho que isso é só amor. Afinal, você sabe que criamos um modo parelo de dizer eu te amo.  

Poltrona 5C e 17A
Destino: desconhecido
Horário de embarque: agora

Te espero com um dente de leão na mão na porta da sua casa. 

segunda-feira, 12 de março de 2012

O risco da travessia



Para que a felicidade, de fato, preencha o coração é preciso deixar que ele se esvazie do medo. Não sei ao certo quando fui deixando minar a insegurança e as experiências ruins para fora do meu coração. Quando percebi já não pensava em 'ses' e 'poréns' queria apenas devorar cada pedaço da troca de olhar mais sincera que já presenciei.


Com paciência, jeito e essência de romã vi meu peito ser aquecido por uma emoção pura e saborosa. Pude, enfim, retribuir todas aquelas passadas doces e serenas. Sei que posso errar o passo, sair do ritmo e me atrapalhar no compasso da canção. Mas aprendi a confiar na ousadia do primeiro toque dos pés no piso do salão e na segurança do entrelaçar de dedos firme com meu par.


Deixei meu coração entrar na festa e coloquei um vestido florido pra dançar outra vez.
Não foi preciso 'vivas', nem fogos ou música.


Só precisei de uma pessoa ao meu lado para atravessar o salão - aquela que escolhi para me acompanhar nessa ciranda. E, como não quero mais 'ses nem poréns' na minha história, sei que o único risco que corremos é o de 'tirar o sapato e dançar o resto da vida' .



sábado, 21 de janeiro de 2012

You could be so much more


"As I fall, and you turn away.
You walk down corridors miles away from heart.
As I breathe, as I surrender...
I hear the sound of whispering.
Replace these veins, with these stomach aches
and butterflies that long to tear away.
Screaming, I'll tear out, I'll tear out,
I'll tear out your heart.
With the lights out, I hope you never leave my side.I promise to leave my weapons left by the bedside.
As you stand pressed up on the wall,
they march in outfit with lullabies that long to hurt us all.
Now I'm your escape route, but I could be so much more". 
PICKETT, Luke.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não venha [nem em pesadelos]

Fui dormir tranquila, leve. Não costumava ser assim já tinha tempo...talvez muito mais de um ano. Daí, você se aproveitou de toda a liberdade que um dia já nos demos e reapareceu feito um pesadelo. Claro, se cobriu da sua pele morena, seu cheiro inebriante, sua barba por fazer, seu jeito forte de se expressar... e foi o bastante para me arrebatar os sentidos.
Deitou em meu colo, brincou com nossos antigos e peculiares jogos, prometeu me amar. E até cuidar de mim. 
Colocou sua roupa mais bonita disse que voltava. Esperei [até o amanhecer]. Chegou sorrindo, um presente nas mãos - porque não poderia ser mais clichê - entregou-me o embrulho, sorriu mais uma vez e deu-me uma dose da sua voz macia. 
Meus olhos mostravam toda a minha cólica. Saí querendo morrer e te matar. Nunca faria um ou outro, mas os meus olhos sim...ah, eles não tinham nenhuma intenção de perguntar-me o que fazer. O matariam como um laser...deixando você queimar aos poucos, implorar por perdão e dizer me amar por fim. Mas, meu coração já tinha entendido bem que o correto pra ele era deixar sangrar cada gota do que havia restado da minha esperança. 
Precisava ser tão cruel? Eu estava vivendo bem. Acho que até estava feliz.
Acordei e respirei ainda certo ódio latente, mas aliviada. Minha realidade tem sido muito melhor que qualquer sonho, obrigada.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

preferências



"Verdade é que, se todos os gostos fossem iguais, o que seria do amarelo?"


(ASSIS, Machado. O Alienista, p.55)