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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Free & diet

É bom que você saiba que eu me desgastei também, mas que não perdi a moeda de troca para me refazer inteira. Todos os dias me alimento um pouco do vento, das melodias, dos sorrisos alheios e do tempo. Me permito alguns excessos, vez ou outra, para não cair na rotina. É aí que eu me entrego às doses de você. Do seu modo, seriam todas homeopáticas, mas gosto de me lambuzar por inteira na sua voz, entorpecer-me no seu calor e me embebedar dos seus olhares. Cautela eu só incluo no cardápio nos dias santos e feriados, no resto, eu gosto é do 'bom gosto'. Segunda eu reservo uma porção de disposição; na terça me satisfaço com a motivação; quarta eu me permito uma cevada, que é dia de jogo e ninguém é de ferro. No mais eu deixo a quinta, sexta e sábado à vontade. Um pouco de tudo e sem aspartame. Domingo, como eu disse, reservo pra cautela.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O dia em que eu acabei com a piscina da minha lavanderia

Para quem quiser conhecer um pouco do meu lado cômico, confiram o post colaborativo para o Guia do Solteiro sem empregada, do meu amigo Ricardo Côrrea. 

Comentário do Ricardo: Minha gente: o blog do Solteiro, Sozinho sem Empregada está de volta e hoje vive um momento inédito. Pela primeira vez na história, aceitamos um post colaborativo. Trata-se de texto escrito pela Ana Clara Otoni, que conta suas agruras em sua casa. Prestem atenção em como a vida não é difícil apenas na green house. E confie no que ela disse sobre o veda rosca. Se você esqueceu, lembre-se deste post que fala sobre o importante item (http://solteirosemempregada.blogspot.com/2007/11/hoje-histria-curta-pois-o-tempo-curto.html). E desconsidere a última frase do texto dela. :)


Sou uma moça sozinha (embora more com mais duas meninas), solteira (com o namorado a 586 KM de distância) e sem empregada. Ou seja, não sou tão sozinha assim, nem solteira, mas o fato que interessa mesmo é que passo perrengues semelhantes, senão, piores que os do meu amigo Ricardo Corrêa. 
Depois de passar meses esquentando a barriga no fogão durante todos os dias úteis fazendo brigadeiros para vender na faculdade, finalmente, consegui juntar dinheiro para comprar a máquina de lavar da república. Na ocasião, contei com os trabalhos braçais e de comerciantes de outras duas rommattes. Mas, porém, todavia, contudo, o caso que venho contar não tem nada a ver com essa máquina. Até porque eu a perdi no jogo. Não, eu não sou viciada em drogas, tampouco em bingo de domingo da Afonso Pena. Mas com a saída das duas meninas que moravam comigo na república, eu perdi a máquina em um sorteio. Foi quando dei, talvez, o passo mais importante da minha vida: comprei a minha própria máquina de lavar. Que alegria imensa! O que senti se assemelha a isso aqui.
Bem, sem mais delongas...deixe-me contar a história que interessa. 
Com a chegada da máquina nova, fiz a instalação dela todinha...
Até aí, tudo bem. O problema mesmo foi a torneira que sai da área de lavar, que começou a pingar freneticamente, como que se rebelasse contra a nova parceira de cômodo, ou como que apontasse o seu desgaste de três décadas. (bem, isso é um exagero, mas a torneira já estava bem capenguinha mesmo). 
Depois de umas três meses de enrolação, finalmente, comprei a torneira nova para trocar. 
Foi quando começou o pesadelo. Para quem, como eu, não sabe, existem dois tipos básicos de torneiras a de 3/4 e a de 1/2. 
Eu sabia que a da minha lavanderia tinha uma entrada grossa, mas não me atentei para essa medida específica até chegar à loja de suprimentos eletrônicos e domésticos do meu bairro. 
Era um sábado ensolarado e não era uma boa ideia acabar com a piscina doméstica que a minha área de lavar tinha se transformado, mas eu precisava aproveitar a presença do meu namorado em BH para fazer o conserto da torneira. 
O moço da loja me explicou que, por eu morar em um prédio mais velho, era mais provável que a medida da torneira fosse a de 1/2. E que, caso não fosse, era só eu comprar um adaptador que daria certo depois. 
Comprei a torneira, e saí pela rua feliz e saltitante.
Chegando em casa, pedi ao meu namorado para trocar a torneira para mim e descobrimos que eu havia comprado a medida errada. E era  óbvio que, o moço não trocaria uma torneira já aberta do pacote. Então, perdi a chance de contar com o meu prestativo namorado, pois, na semana seguinte, ele já não estaria em Belo Horizonte.
Pedi que uma das meninas que moram comigo para comprar o tal adaptador. 
Depois de uns três dias, fui fazer o serviço. 
Torci o cano e a torneira até que eles saíssem na minha mão. 
Desenrosquei a torneira do cano, coloquei o adaptador e encaixei a torneira. YES! Tinha dado certo, pelo menos o encaixe foi perfeito. 
Porém, quando chegou a hora de juntar a torneira com a mangueira da máquina, percebi que havia alguma coisa errada. 
Constatei que haviam três peças da torneira sobrando, e, como diria o veterano desse espaço, não é um bom sinal quando sobram peças em alguma instalação. 
Então, percebi que na verdade não eram três peças, mas duas. Uma delas era a rodinha do refil da veda-rosca, mas eu JURO que parecia uma peça para encaixar torneiras. 
Fui novamente à loja e expliquei o meu problema pro moço. 
Ele me fez comprar mais um adaptador, uma veda rosca e uma resistência para o chuveiro. Pois é, uma resistência para o chuveiro. Nada a ver com a máquina, eu sei. Mas ele disse que talvez seria esse o problema que comentei sobre o cheiro de queimado e depois a água fria no chuveiro da minha casa. 
Mais uma vez, voltei para casa feliz e saltitante, cantarolando pela rua e sorrindo para os passarinhos....
Cheguei na área de lavar decidida. Tomei o cano com a torneira nas mãos e torci, torci, torci e torci para desenroscar os dois e nada. 
Bati no vizinho e pedi um alicate emprestado. Ele me disse "esse é daqui eu peguei emprestado do prédio mesmo, quando terminar devolve para o porteiro". Ok, sem problemas. 
Ou melhor, com problemas. Eu não conseguia desenroscar o cano que eu mesma tinha enroscado na torneira nem com reza brava. 
P da vida, fui até a portaria e pedi para o porteiro me ajudar. Ele também torceu, revirou a cara, pôs mais força e nada. Disse apenas "É, acho que essas peças estão coladas, viu". E eu expliquei que não, que tinha sido eu mesma a encaixar as duas coisas e que agora estava muito firme para soltar. Ele soltou um: "Foi você mesma quem encaixou isso aqui? Minha Nossa Senhora!!!"
Finalmente, o porteiro conseguiu desenroscar os dois objetos. Ele ainda me deu um conselho "você precisa daquele negócio, é, é, é...teflon". 
Eu: - "Ah, veda-rosca, né? Sim, sim...eu já comprei". 
OU SEJA, todo o problema deveu-se ao fato de eu não ter usado a bendita veda-rosca no encaixe do adaptador com o cano. 
Já no meu apartamento, não tive mais problemas. Encaixei um adaptador no cano, o outro na torneira e um terceiro na máquina de lavar e pronto!
A minha máquina de lavar estava prontinha para receber uma trouxa de roupas e isso não significaria mais "tarde na piscina da lavanderia". 

Então, vamos lá, o que aprendemos com esse post:

> As medidas mais comuns de torneiras são 1/2 (mais fina) e 3/4 (mais grossa). Quando for trocar uma torneira, verifique qual é a espessura do cano da sua casa. Tem sempre marcando na saída do cano. Assim, você evita todo o transtorno que eu passei. 
> Tenha sempre veda-rosca em mãos. (não isso não é um trocadilho infame) Veda-rosca é aquela fitinha branca que você passa nas extremidades da torneira e dos canos para fazer a ligação de um com o outro. Há pessoas que a chamam de teflon, embora eu só conheça um tecido com esse nome, enfim... 
> Nunca faça as unhas à noite e vá consertar a torneira da máquina de lavar pela manhã. (sim, é óbvio, estúpido, mas eu fiz...)
> Compre um alicate. Assim você evita ter que mobilizar o prédio inteiro atrás do equipamento pra você. Ok, no meu caso foi só o porteiro e o meu vizinho, mais ainda assim é chato. 
> Não é normal cheiro de queimado saindo do chuveiro. Você pode estar precisando de uma resistência nova. 
> Sempre desconfie de um cara que mora numa "green house".