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domingo, 20 de junho de 2010

Sonhos, sonhos são.




Chegou sorrindo, me abraçou e ficou parado olhando longamente para cada gesto meu. Às minhas perguntas apenas um olhar moleque lançava, à minha irritação uma gargalhada leve, solta. Definitivamente, sabia como brincar com os meus sentidos. Me levou de um lado a outro da cama enquanto eu, envolvida em um sonho, sorria e amava. No meio da noite acordei incrédula. Como era possível alguém chegar tão perto estando tão longe? - pensei. Talvez não fosse um sonho, mas o lençol estendido do outro lado não deixava dúvidas de que eu estava só. Coragem ou covardia? Não sei. Mas, se apropriar do sonho de alguém de modo tão real é uma grande covardia, apesar de que admiro a iniciativa do assalto numa madrugada tão fria aos sentimentos mais íntimos do outro. O pior é que nem sei se o que me deixava zonza eram as indefinições dessa relação ou é só o meu estado sonolento entre os lençóis. O melhor mesmo é acordar com um sorriso no rosto e pouco a contra-gosto por ter despertado dos momentos incríveis que vivia minutos antes. Daí vem toda aquela sequência romântica de abraçar o travesseiro e ficar remoendo cada capítulo do sonho, reportando tudo aquilo à realidade, trazendo o sonho pro calor da minha manhã. Ah...


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Datando o amor





Impressionante como a gente internaliza datas. E não digo apenas daquelas que têm um personagem-tema, um papai-noel ou um coelho com ovos qualquer. Datas daquelas que mudam a nossa rotina, o cabelo e as compras. Datas que marcam uma nova vida, um novo amor e assim, de tanto marcar, vai tornando a data velha, o motivo caduco, mas a gente tá sempre lá pra soprar as velinhas, aplaudir com emoção ou dedicar um presente à alguém. A verdade mesmo é que celebração é sempre uma constante. Fico pensando nessas datas que envolvem o amor. Sim, porque o amor se comemora, se data. Algumas pessoas o vivem.Dizem até que é possível senti-lo, veja só. Há quem diga que ele às vezes vai embora. Que rumo toma será? Imagine só estar parado no ônibus e dar de cara com ele, dar um tapinha nos ombros, dizer "sumiu, hein?" e logo emendar um "Oh, esse é o meu"? Entrar no coletivo e sorrir contente por ter encontrado o amor bem, saudável, até mais bonito. Mas o engraçado mesmo seria perceber que ele não fez falta, ou que já arrumou um lugar pra morar e, por isso, pega outra rota, diferente da minha. É possível que algo assim aconteça com alguém e que a pessoa ainda date o encontro. " - Hoje, encontrei o amor na esquina." Eu, contudo, prefiro ser daquelas que acreditam que é possível vivê-lo.