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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não venha [nem em pesadelos]

Fui dormir tranquila, leve. Não costumava ser assim já tinha tempo...talvez muito mais de um ano. Daí, você se aproveitou de toda a liberdade que um dia já nos demos e reapareceu feito um pesadelo. Claro, se cobriu da sua pele morena, seu cheiro inebriante, sua barba por fazer, seu jeito forte de se expressar... e foi o bastante para me arrebatar os sentidos.
Deitou em meu colo, brincou com nossos antigos e peculiares jogos, prometeu me amar. E até cuidar de mim. 
Colocou sua roupa mais bonita disse que voltava. Esperei [até o amanhecer]. Chegou sorrindo, um presente nas mãos - porque não poderia ser mais clichê - entregou-me o embrulho, sorriu mais uma vez e deu-me uma dose da sua voz macia. 
Meus olhos mostravam toda a minha cólica. Saí querendo morrer e te matar. Nunca faria um ou outro, mas os meus olhos sim...ah, eles não tinham nenhuma intenção de perguntar-me o que fazer. O matariam como um laser...deixando você queimar aos poucos, implorar por perdão e dizer me amar por fim. Mas, meu coração já tinha entendido bem que o correto pra ele era deixar sangrar cada gota do que havia restado da minha esperança. 
Precisava ser tão cruel? Eu estava vivendo bem. Acho que até estava feliz.
Acordei e respirei ainda certo ódio latente, mas aliviada. Minha realidade tem sido muito melhor que qualquer sonho, obrigada.

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