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domingo, 22 de dezembro de 2013

sabores do ano que não terminou em agosto

o ano não acabou em agosto. os meses seguintes tiveram sabores distintos: o amargo do medo, da competição, da desatenção alheia; o doce da amizade, da conquista, do sorriso perdido na praia de Ipanema; o azedo da decepção, da soberba, da mediocridade; o salgado do mar e das contas a pagar. 

e talvez o mais gostoso deles: o agridoce da descoberta de mim mesma.

eu tracei as minhas metas pensando em apurações insanas, plantões intermináveis, em rotinas e na falta delas, simplesmente porque eu sabia que isso me movia, me tornava útil, me fazia viva. mas não. não era nada disso. 

o combustível deixou de ser a superação intelectual. bobagem! 

o que move cada extremidade do corpo agora é muito maior do que a arte de contar histórias alheias. exatamente neste momento há uma compreensão das peças que faltam a ser completadas e que não serão o trabalho que trarão.

é essa delícia de brisa que mostra como é bom estar vivo, como é bom conhecer sorrisos e ser lida por eles. é apreciar o sol te acordar de manhã, estar apto a caminhar por um calçadão com cenário deslumbrante, sentir-se abraçada por Deus,  beber um chope gelado com um novo amigo, encontrar um conhecido no meio da rua, celebrar com os amigos, reconhecê-los, ser amada, amar, estar em família, desejar tem uma só pra você, cultivar admiradores, semear boas coisas, ouvir, respirar profundamente, cantar com uma criança, sorrir como uma. 

ver a beleza em coisas simples, não se esforçar para encontrar momentos de felicidade. eles simplesmente acontecem todo o tempo, basta perceber que os ciclos não terminam antes que você se permita cumpri-los. 

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