Tinha um medo ingênuo do amigo mais velho dos meus pais que vinha visitar a gente vez ou outra tarde da noite.
Depois foi a insegurança de ser aceita como era pelos coleguinhas novos. Ter que gostar das brincadeiras deles e saber que ninguém iria escolher a minha sugestão.
A preparação para as festas era sempre a mesma coisa: eu iria para a casa das amigas, escolheria uma roupa razoável a todos e tinha o comportamento adequado para a gente da cidade.
Daí veio o medo de saber que o meu primeiro namoro iria um dia terminar. A garganta seca por pensar que minha mãe iria me deixar. O total desconhecido "monstro" que ela pintou sobre a vida na academia e na metrópole.
A solidão compartilhada com milhões.
E, agora, o medo do conhecido sempre vigilante desde a infância. A impotência pelas palavras já proferidas e guardadas com o rancor de quem ouviu atrás da porta.
O susto. A reação certeira. O medo. O medo. O medo.
O fim do dia, o cair da noite, o escuro, os olhares atravesssados. Tudo parece contribuir para que eu siga apressada e amedrontada com o meu redor.
Uma loucura. Uma solidão. Um desespero. Uma tristeza sem fim. Uma família assim.
E o medo de alguém tão menor que eu desde a criação natural da ordem divina. A impotência diante de uma fase interminável e justificada por alguém amado.
O descontrole.
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