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terça-feira, 15 de março de 2011

Suffering




Acho que eu não posso me queixar. Você bem que avisou que depois do amanhecer estaria longe. Eu guardei isso. 
Mas por que toda aquela conversa, cartas e flores?
É, eu também guardei tudo isso numa lata de biscoito velha, gelada. Na verdade é irônico, eu não poderia ter escolhido lugar melhor para acumular as tralhas que você deixou. 
Uma lata fria e de aço. 
Eu pensei que não teria problema, que o conteúdo aqueceria tudo. Isso claro, se houvesse sentido (ou sentimento, vai saber). 
Como disse, você avisou. A frustração é minha. Assim como a dor e o descaso com a vida. 
Mas tudo bem, eu só preciso aprender a escolher melhor as minhas dores, saber por quem sofrer. Afinal, o sofrimento é inevitável. 
Só espero que também aprenda com tudo isso, que amadureça. E, principalmente, que saiba o que fazer com o sentimento dos outros quando alguém se entregar a você. 
Foi triste ver o seu silêncio quando perguntei o que estava fazendo. 
E agora dói. 

4 comentários:

  1. O sofrimento é sim inevitável, querida Ana Clara. Mas não dura para sempre. Um dia se transforma em experiência. E é essa experiência que te levará a alçar novos voos. É essa experiência que dará o "tempero" necessário para a vida. É essa experiência que te fará viver e se sentir viva. E é essa experiência, de se permitir amar o próximo verdadeira e devotamente, que vai te fazer muito, muito feliz. Basta que as escolhas sejam acertadas e que os sinais que a vida nos dá sejam observados e compreendidos (o que nem sempre é fácil)...

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  2. ei little, conseguiu roubar um tempinho meu escrevendo tão bem, acabei lendo mais alguns posts seus e gostei tanto quanto este.

    Quando ficar famosa não vai se esquecer de mim hahah


    bjus

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  3. E no fim, se sofre assim porque pensa que tinha que sempre. Transformar o que sobrou de um relacionamento em desgosto é brigar com o próprio coração. Faça o caminho inverso, do fim pro começo. Guarde apenas o brilho do primeiro sorriso e som daquele despretensioso olá. Assim, tão logo, poderá sorrir até mesmo das mais tristes lembranças. Sem dor, e sem culpa...

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  4. Que bonito, Piter. Guardar o brilho do primeiro sorriso e o som daquele desprentesioso olá. Ahhh...

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