Chegou sorrindo, me abraçou e ficou parado olhando longamente para cada gesto meu. Às minhas perguntas apenas um olhar moleque lançava, à minha irritação uma gargalhada leve, solta. Definitivamente, sabia como brincar com os meus sentidos. Me levou de um lado a outro da cama enquanto eu, envolvida em um sonho, sorria e amava. No meio da noite acordei incrédula. Como era possível alguém chegar tão perto estando tão longe? - pensei. Talvez não fosse um sonho, mas o lençol estendido do outro lado não deixava dúvidas de que eu estava só. Coragem ou covardia? Não sei. Mas, se apropriar do sonho de alguém de modo tão real é uma grande covardia, apesar de que admiro a iniciativa do assalto numa madrugada tão fria aos sentimentos mais íntimos do outro. O pior é que nem sei se o que me deixava zonza eram as indefinições dessa relação ou é só o meu estado sonolento entre os lençóis. O melhor mesmo é acordar com um sorriso no rosto e pouco a contra-gosto por ter despertado dos momentos incríveis que vivia minutos antes. Daí vem toda aquela sequência romântica de abraçar o travesseiro e ficar remoendo cada capítulo do sonho, reportando tudo aquilo à realidade, trazendo o sonho pro calor da minha manhã. Ah...
Ela chegou com seu característico texto leve e suave, de quem ainda sonha com a vida. Inveja. Continue sonhando, Aninha, e me faça viajar nas suas palavras.
ResponderExcluirPaulo Paiva
Talvez fosse um sonho...Mas o texto é muito bom!
ResponderExcluiro caminho. mais que o destino; o caminho.
ResponderExcluirEspero, Aninha, que vc sempre acorde com um sorriso no rosto.
ResponderExcluirPaulo Paiva