É difícil pre'u me despedir, sem nunca ter chegado. Sem ter percebido a capacidade de me acolher dos seus braços. Nunca ter me feito sua de fato.
O mais complicado porém é confessar tudo isso sem dizer nada. É reconhecer que o meu orgulho me mantém parada e firme na minha completa arrogância.
É pior ainda não ter seu afago, aquele mesmo que eu nunca senti. Ou não quis. Pensar que nada mais justifica o seu bem querer a mim mesma, uma vez que sou eu quem pede para ser deixada. A palavra que mais admiro é muda: o silêncio. E é talvez por isso que eu nunca tenha sentido sua respiração quente, seu peito febril e seu amor incontrolável.
Me perdia sempre no vazio, no meu mudo, surdo e calmo quarto. Enquanto você contava problemas, soluçava façanhas e eu com o olhar fixo no branco gélido da parede. Se eu pedir baixinho, se mendigar cura, se rezar todas as noites e você prometer que tudo isso passa, a prepotência, a insegurança, o medo e o vazio, eu juro que tento me entregar. Se me ajudar a vender, doar, erradicar todo esse orgulho que ruboriza, dá viço e tom a toda a minha petulância, juro que tento me entregar. Mas que fique claro, não poderei me despedir, falar ou prometer coisas assim vãs sem que tenha me mostrado o poder de seus braços.
P.S.I.U: Esse texto foi produzido especialmente para o Impressões Digitais, da gentil Dani Pedrosa, em comemoração pelos 10.000 acessos do blog. Parabéns, Dani. Agradeço o convite, entre outras coisas, espero que você também possa contribuir com esse nosso espaço aqui.
sofrendo por ser amada demais.
ResponderExcluirnossa, que texto MARAVILHOSO! foi vc que escreveu??
ResponderExcluirOlá Thaís, como você não deixou seu contato terei que responder por aqui. Espero que volte para ler o comentário. Sim, o texto é de minha autoria e fico muito contente em saber que gostou. Volte sempre ao Entre Outras...
ResponderExcluirPode contar comigo sempre por aqui, seja como leitora, seja como "contribuinte" (desde que não seja em espécie...rs). Bjs !!!
ResponderExcluirGostei nuito do texto - da colocação de palavras existentes fingindo inexistência, de sentimentos sentidos fingindo frigidez - é como querer aperfeiçoar a imperfeição. Gostei
ResponderExcluirhttp://recantodasletras.uol.com.br/autores/claudiocursini