Sou eu quem te acorda, mas não sou quem o coloca pra dormir.
Não pense que me acostumo com isso ou que talvez isso seja fácil pra mim. Não, não é.
O que me conforta talvez seja saber que você, melhor do que eu, guarda detalhes da nossa história.
Parte disso me alegra e dói. Alegra por ver que há algo tão vivo e latente em você quanto em mim.
Dói porque sei que alguns dos milhares de quilômetros dessa nossa distância fui eu quem não quis rodar.
Nessa noite, porém, farei diferente do que apenas mentalizá-lo em meus sonhos. Vou, enfim, cumprir a promessa de te ligar de madrugada, mesmo que alguém já o tenha colocado para dormir. Direi que estou com saudades que não aguento mais codificar nossas conversas e que pra mim nada mais importa que não seja reconstruir cada pedaço esquecido e guardado da nossa história.